quinta-feira, 19 de julho de 2007

A Era dos Direitos

O acidente do Airbus da TAM desta terça-feira, no qual mais de cem gaúchos foram vítimas mortais me fez parar e refletir. Na verdade, assim como todos os gaúchos, todos os brasileiros e muitas pessoas no mundo estou triste e consternado com a tragédia e, no noticiário da tarde de quarta, fiquei profundamente triste ao ver o sofrimento dos familiares das vítimas.
Mas na verdade o que me conduziu a uma reflexão foi a reação de alguns setores da mídia e o “senso comum” que durante esses dias insistiram em colocar o acidente de Congonhas como parte da crise aérea brasileira.
A desorganização e o caos aéreo do Brasil são sim coisas lamentáveis e que precisam ser resolvidas, mas o que me preocupa é o grande número de “técnicos” aéreos que surgiram no dia e já colocaram a culpa do acidente na falta de ranhuras da pista de congonhas e, simultaneamente, colocaram a responsabilidade do acidente sobre as autoridades aéreas do país. Certo. Pode ter sido isso mesmo que aconteceu, mas não temos certeza.
Técnicos, os de verdade, falam que é muito difícil o acidente ter acontecido por problemas exclusivos da pista, e que muito possivelmente aconteceu algum problema mecânico ou mesmo humano ou por motivos que ainda poderão ser demonstrados durante as investigações. Mas mesmo assim, a mídia, muitas pessoas, alguns setores da própria oposição ao governo já associaram esta tragédia à culpa do poder central e à corrupção do país.
Não sou deste ou daquele partido político, nem nunca me senti totalmente seduzido para aderir a algum deles. Mas fico indignado ao observar que por detrás de uma tragédia dessas alguns se aproveitem para fazer jogatina política e lançarem meras especulações fazendo parecer que nosso país é só corrupção e desorganização.
Vivemos uma tragédia, não temos certeza do que realmente aconteceu, então devemos lamentar, refletir e esperar para que tenhamos um resultado sólido das causas disso.
Me sinto triste por vivermos a “era dos direitos”, onde temos direito a tudo e as “autoridades”, que nem sabemos muitas vezes quem são, são as culpadas.
Temos o direito de vaiar o presidente, nem sei por que motivo, temos o direito a exigir investigações sobre os escândalos de corrupção. Temos direito de ir para as ruas pedir um país melhor e de lutar contra a violência. Mas que deveres que temos?
Devemos nós, cidadãos brasileiros, simplesmente pré-julgarmos, fazermos alarido em cima de uma tragédia como essa? Temos o direito de fazer politicagem, daquela politicagem que nem em botequins são tão baixas, como muitos tem feito num momento como esse?
Muito mais do que discursos inflamados de demagogos e pseudo-intelectuais precisamos de atitude em nosso país. Não apenas do governo, da situação ou da oposição, ou das autoridades instituídas, mas precisamos de atitude por parte da mídia e das pessoas públicas, para que não se crie a impressão que tudo é roubo, tudo é corrupção, tudo é falha na estrutura de poder e tudo é culpa do governo.

sábado, 2 de junho de 2007

Seção "Aulas" atualizada

Oi.
Primeiro gostaria de agradecer os acessos... são mais de 50 pessoas semanalmente aqui, e isso é muito bom, quer dizer que o blog ta sendo útil (ou as pessoas são curiosas mesmo, heheheh)

Mas vim postar aqui pra avisar que coloquei novos materiais na seção "aulas" (clique aqui do lado direito em "seções-aulas").
Agora, finalmente, o resumão da História de Santa Catarina, algumas provas dos vestibulares passados (por enquanto as duas últimas da UPF), uma aula em flash do Renascimento e a apostila do intensivão de História Geral.
Estamos ai torcendo pelo pessoal que vai fazer vestibular agora no inverno. Vamos lá né gurizada.
Qualquer pedido de material, entrem em contato comigo por e-mail, orkut ou postem aqui que eu vou ver o que posso fazer.

Abraço a todos e ótimo fim-de-semana.
Yeahhh

sábado, 26 de maio de 2007

Contrastes do noticiário

( publicado originalmente no Diário de Santa Maria)

Começa um frio rigoroso aqui no sul e vejo no noticiário: turistas que vêm de São Paulo e de outras regiões ao norte pagam para sentir frio. Enquanto isso, em Porto Alegre, no total contraste, alguns homens que só queriam sentir calor, mas não têm dinheiro algum para isso e passam frio, muito frio, nas ruas que não lhes dão abrigo. É nesses momentos que me sinto triste por vivermos num mundo que desmorona, sobretudo no sentido ético do "ser humano". Estamos tão preocupados com nossa vida de moldes médios, de irmos à praia no verão, à serra no inverno, ou mesmo de ficarmos confortáveis em nossas salas e quartos, com lareiras, estufas ou condicionadores de ar, que esquecemos que existe um mundo inteiro lá fora. Lá fora estão os indigentes, as crianças sem lar, os ladrões e assaltantes. Está o lixo acumulado e todos os problemas que corroem a vida do planeta. Mas estamos satisfeitos em trocarmos de carro, comprarmos um novo apartamento, em tomarmos chocolate quente, em termos nossas camas confortáveis e espessos cobertores que esquecemos de tudo e de todos. É capaz de nem percebermos que ao lado há alguém passando frio, ou mesmo podemos perceber mas ficarmos insensíveis e pensar que não é problema nosso. Pensamos, normalmente, que já fizemos o suficiente. Alguém pensa "dou umas moedinhas para as crianças que me pedem", "uma vez dei um cobertor para um indigente", "outra vez até doei alimentos". Outros pensam: "Pago impostos e voto!". Eu sempre penso nisso, "eu voto". Quando era mais jovem, tinha orgulho disso. Hoje, sinto-me cada dia pior. Por que eu voto, mas não tem adiantado nada. No noticiário, fiquei consternado ao ver os moradores de rua que passam frio na Capital, mas logo depois ouvi falar numa tal de construtora, em um tal de ministro, em um bando de políticos e um monte de corrupção e desvio do dinheiro público. Talvez essa tal Gautama até tenha ganhado alguma licitação para criar um albergue para abrigar os indigentes do frio. E eles ainda estão passando frio, assim como muitos passam fome, precisam de remédios, e eu passo vergonha! Vergonha por me sentir parte disso, mesmo que de forma indireta. Enquanto uns roubam deslavadamente, uns assistem tudo indiferentemente e outros ficam tristes mas não abrem mão de seu "way of life", alguns passam frio e não sabem de nada, pois são deixados à margem como se nem humanos fossem. Mas, afinal, nos dias em que vivemos, com o mundo acabando e a sociedade desmoronando, fica a pergunta: o que é "ser" humano?



ÉDERSON DA ROSA*/ Professor de História
(publicado no jornal Diário de Santa Maria deste final de semana)
(*) pra quem não sabe esse é meu nome. Bussunda é apenas apelido

quarta-feira, 2 de maio de 2007

FILMES ANTIGOS

Bah, me deu insônia. Já faz muito tempo que eu tinha visto “A profecia” (1976) e tinha esquecido do roteiro, da história, de tudo. Esses dias eu vi de novo e não conseguia pregar o olho.
Como o filme acabou e não consiguia dormir comecei a pensar em filmes de terror/horror que valem a pena, que você se assusta, fica na expectativa e essas coisas. Me veio a memória alguns clássicos como “O iluminado” (1980), “O bebe de Rosemary” (1968) e “O exorcista” (1973).
Na verdade pensei nesses filmes e acho que dificilmente um filme lançado nos últimos dez ou quinze anos possa vencer eles no quesito “assustador” (exceção feita aos Jogos Mortais, entre poucos).
Talvez até seja questão de nostalgia, de linguagem de época, da trilha sonora, não sei, mas o fato é que os filmes de agora não conseguem me atrair tanto como esses clássicos.
O mistério de “O bebê de Rosemary”, o suspense total de “O iluminado” (e os dedos de Kubrick no filme), o terror horripilante de “O exorcista” e a agonia causada por “A profecia” mesmo que várias décadas depois parecem ser difíceis de serem alcançados.
Talvez até seja por uma questão de pensar que à algum tempo tínhamos mais dinheiro, éramos mais felizes, os políticos eram mais honestos, etc; eu pense que os filmes eram melhores e que o pessoal da indústria cinematográfica caprichava mais, talvez seja até bobagem, mas recomendo a todos que assistam então estes filmes
- A Profecia (1976) – foi feito um remake em 2006, também de boa qualidade
- O Bebê de Rosemary (1968)
- O Iluminado (1980) e
- O Exorcista (1973)
Filmes velhos, bons e com diversão garantida; bons de serem assistidos com um monte de pipoca do lado, com os amigos e com a luz apagada.

P.S.: nesse próximo findi, prometo, já que no feriadão não postei nada, mais materiais de estudo pra História (apostilas, exercícios ou algo assim)

sexta-feira, 30 de março de 2007

300

Está saindo agora nos cinemas essa grande produção que já está sendo rodada há um bom tempo (eu espero o filme pelo menos desde o final de 2005). 300 é baseado na obra de Frank Miller, um importante autor de história em quadrinhos que lançou algumas grafic novels (histórias em quadrinhos em um formato diferenciado), entre elas a saga dos espartanos contra os persas.

O filme tem provocado muitos comentários. Um dos comentários maiores aqui no Brasil é o Rodrigo Santoro,ator que interpreta Xerxes, o rei persa de 3 metros de altura. Na verdade Santoro gravou quase todo o filme com fundo verde e depois foi inserido no filme. Aliás, outro comentário, o filme é cheio de estratégias desse formato: atores contracenando com aqueles fundos verdes e depois as imagens recebem os backgrounds, quase um desenho animado em alguns momentos. Mas muito bem feito pelo que pude ver.

Uma outra polêmica muito grande é o conteúdo histórico em si do filme. Na verdade, ele mostra algumas coisas fiéis a história e outras não. A violência e barbárie dos persas no filme, que foi alvo de críticas do governo do Irã (que fica no território da antiga Pérsia), é um exagero, por exemplo. Os números de soldados gregos (os 300), contra o um milhão de persas são fantásticos.

Mas uma coisa posso acreditar: esse vai ser um dos filmes mais assistidos aqui no Brasil em 2007. E em vestibulares podem estar aparecendo questões ilutradas com o filme (coisa que a UFSM gosta de fazer).

Por isso, antevendo possíveis questões sobre o tema nos vestibulares 2007/2008, resolvi escrever uma breve história da batalha de termópilas (que é a batalha do filme) e das Guerras Médicas, nas quais está esta batalha.

Recomendo: assistam 300, acredito que é diversão garantida. Depois leiam o texto do link abaixo, comentando sobre o filme e a guerra.


sábado, 20 de janeiro de 2007

Lançamento!!!

Oiii
Bah, depois de uma noite de insônia resolvi retomar meus trabalhos na web! Meu site, pra quem frequentava, já devem saber: foi pro espaço. Principalmente por falta de tempo... Eram muitas aulas e quilometros percorridos por semana e não sobrou tempo pro bussunda.net.
Tive que abandonar meu site (um quase blog) e agora, numa época em que eu to organizando minha vida e consegui me arrumar pra ter um 2007 mais tranquilo, resolvi abrir um blog (com a intensão de ser um quase site).
Na verdade o bussunda.blogspot vem pra ter uma tripla função:
1. Quando eu estiver estressado com o mundo ou algo assim, venho aqui e publico um texto quebrando tudo!
2. Quando estiver inspirado, vou colocar alguma música, algum vídeo legal, alguma dica cultural, indicações de livros, CDs, filmes ou alguma dica de inutilidades
3. Também vou estar disponibilizando apresentações de aulas em flash, cadernos de vestibulares, textos e outras coisas para meus alunos.

E acho que por enquanto era isso.

De fato, o blog começa a funcionar em fins de fevereiro, pois agora quero dar uma viajada, uma espairecida nas idéias e tal... mas apareço. Tehhh